domingo, 20 de julho de 2008

ensaio 1, transcinemas

A dimensão do Transcinemas será trabalhada como um campo de convergência entre linguagens e suportes/ espaço fluxu em continua tradução poética de um meio no outro/ corpo e pensamento, espaço e obra constituindo um platô experimental para poéticas de fluxus.

O material montado não determina um fim ao processo mas a memória virtual do filme enquanto possibilidade de novo sentido.

A montagem não é mais o estágio final mas o que pode fazer do filme sempre um virtual vivo de outras seqüências possíveis. A montagem funda um temporalidade do tempo do fora, do não-todo, em que a descontinuidade e as elipses são limiares de passagens de um estado a outro, de uma sensação a outra.




Intensificando as relações inter-semióticas, O Transcinema é uma máquina abstrata de poéticas de fluxus, máquina sintetizadora de processos subjetivos de imagem e som em movimento. Máquina estética geradora de cinemáticas, de sonoridades e plásticas, de ritmos, gráfias, patcwork, improvisações, momentos frames .


Máquinas de música e corpos nômades em cidades invisíveis.

Mesmo a palavra e o teatro , a escrita, o falado, o pensado,a filosofia, são transcriados em cinemas, movimentos de imagem e sons.


A idéia do filme não está mais presa ao acabado, segmentada na planificação da produção. Todas as etapas se inter-cruzam no fluxu fílmico sem a especificidade de um código/matriz decodificadora. Idéia, pesquisa, roteiro, produção, montagem, difusão são constantes virtuais do processo de criação, não mais separadas. O filme passa a ser a memória em movimento de seu fluxu combinatório, o espaço em expansão, o corpo em extensão.


O transcinema rompe com a necessidade de uma supremacia da imagética enquanto Tempo e significado narrativo para construir atmosfera sonoras próprias, cinestesicas, cinemáticas em que a imagem é mais um acorde dissonante que não serve de referencia ao som mas de plano de composição sensorial.

A sensação enquanto pele dispensa a comunicação narrativa da ordem do tempo racional que limitava o dispositivo tecnológico ao ideal de uma qualidade visual realista, do compreensível. Em relação ao padrão, serialização industrial do cinema, a sensação em fluxu sonorovisual não depende do núcleo operacional do aparelho cinema das salas de mercado, nem da estética realista, publicitária, nem da comunicação narrativa fechada na montagem de um todo sem foras e nem do limite tecnológico que segmenta o cinema ainda como uma processo especializado, longe do nosso alcance . O cinema supra-sensorial, cinestesico é sobretudo essa pele dupla entre eu e o outro, deslocado na fronteira do corpo com o espaço, “ a menbrana que toca e é tocada”. A pele é esta face de outra tecnologia, mais imaterial, transferidas poéticamente as sensações das coisas.

No transcinema o cinema passa a ser um dos índices de singularização de sua multiplicidade estéticas. O cinema é o índice de uma zona não predetermina, vídeo, material intercambiável.